Como te reconectares com a tua essência - a procura da mestra interior


A reconexão com a essência é o santo graal do auto-conhecimento. Quando nos aventuramos nesta descoberta connosco mesmas, o objetivo maior é estarmos profundamente alinhadas com aquilo que verdadeiramente somos, de forma a que nos possamos expressar e viver da forma mais genuína possível. 

O QUE É A ESSÊNCIA?

A essência é aquilo que verdadeiramente fomos, somos e seremos.

Para explicar de forma simples e didática, gosto de fazer analogia com uma cebola. Suponhamos que o núcleo da cebola é a essência. Esse núcleo existe, e tal facto é inquestionável e imutável. A envolver o núcleo da cebola temos camadas. Analogamente, as camadas correspondem às experiências, aprendizagens, crenças e traumas que vamos acumulando desde a nossa tenra infância. As camadas são reais, elas escondem o núcleo mas não afetam a sua existência.

Da mesma forma, as nossas camadas interferem no acesso à essência mas não colocam em causa aquilo que ela é. A essência é o que somos desde sempre, não é algo que se aprende, não é algo que se ensina, nem sequer um privilégio de alguns iluminados.

Por isso, a reconexão com a essência não é ir para um lugar novo, é voltar para casa.

O QUE SIGNIFICA RECONECTARES-TE COM A ESSÊNCIA?

Se a essência é algo inato e comum a todas nós, a reconexão com ela é como aprender a descascar camadas de uma cebola.

Fazê-lo é um exercício de persistência e paciência e, em boa verdade, que nunca termina. É um never ending process. 

Enquanto processo de aprendizagem contínua, é importante perceber que ele não é uma linha reta e ascendente. É um desafio com avanças e recuos, que consegue ser, muitas vezes, doloroso.

Doloroso porque implica, inevitavelmente, lidarmos com o nosso lado sombra. No entanto, esse passo é essencial para que o possamos aceitar e integrar. Só assim nos podemos aceitar de forma inteira e a partir daí chegarmos ao que realmente somos na essência. 

E isso é muito importante de reter: não há forma de nos reconectarmos com a essência se não nos aceitarmos na totalidade.

E desengane-se quem pensa que a conexão com a essência nos conduz a um estado de permanente equilíbrio e paz. O mundo dual não o permite - vamos sempre oscilar entre o positivo o negativo. Vamos continuar a ter “dias maus”, fases de questionamento existencial em que nos apetece desistir de tudo ou em que as coisas perdem o sentido.

E porquê? Porque podemos descascar as camadas, e umas podem ir-se de vez, mas outras continuam a existir. Nunca seremos uma cebola sem camadas, apenas aprendemos o caminho para o centro, de forma a que possamos aceder a ele sempre que quisermos e precisarmos.

E ter esse caminho aberto traz consigo um sentimento de paz interior. Continuamos a ter emoções positivas e negativas, mas passamos a sentir também aquele lugar, onde o silêncio e a quietude são inabaláveis - é isso mesmo, isso é a tua essência!

E quero ressalvar que ter camadas não é totalmente mau. Embora em certos aspectos nos limite,, por outro lado protegem-nos e permitem-nos lidar com muitas situações sociais. Por isso, as camadas são necessárias em certos ambientes.

O que importa é aprender a reconectar com a essência, com quem realmente somos, para que nos seja possível viver em verdade connosco. E a partir daí conseguimos, independentemente das situações que aconteçam, silenciar o ruído externo e o ruído interno (como a mente), para escutarmos o que realmente importa para nós.

COMO TE RECONECTARES COM A TUA ESSÊNCIA?

A conexão é algo muito pessoal e que varia de pessoa para pessoa. Por isso, vou partilhar a minha própria experiência:

  • Foi um processo que despoletou de forma um pouco inconsciente
  • Foi impulsionado por vários momentos marcantes que me desafiaram a ir mais além e que foram, muitas vezes, dolorosos. Momentos como quando tive uma desilusão profissional, quando fui viver sozinha e até quando uma relação amorosa correu muito mal.
  • Acredito que estarmos atentos a estas oportunidades / convites da vida é o combustível certo para nos reconectarmos com quem nós somos. 
  • Esses momentos tiram-nos do nosso estado de latência e mostram-nos o que está mau, mas também o que está bem e para onde queremos ir. É um wake up call.
  • Partindo desses momentos, podemos aproveitá-los ou não para nos trabalhar. Por isso é que é a reconexão com a essência implica disponibilidade e coragem. Logo, para além de estarmos atentos aos convites há que estarmos predispostos
  • A forma como nos podemos reconectar não tem um padrão ou método definido. Existe um sem número de ferramentas que podemos utilizar, acho que é algo muito pessoal e que deve ir de encontro ao temperamento de cada pessoa. Mas para perceber quais as ferramentas certas para nós, é preciso paciência e persistência, num processo de tentativa erro.
  • Eu já perdi conta às coisas que li, vi e experimentei, umas ajudaram-me pouco, outras nada e outras foram completamente mind blowing. Por isso, não há como saber, sem nos arriscarmos a experimentar.
  • Da minha experiência pessoal, destaco algumas ferramentas que utilizo ou utilizei para me reconectar com a minha essência:

Terapia
Oração
Gratidão

e, claro... coração. Por muitas ferramentas e ajudas que existam, o coração é sempre o maior mestre.

🎧 Falei sobre a reconexão com a essência no podcast do "Saltei do Sofá". Ouve aqui 🎧

Photo by Amy Treasure on Unsplash

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