Já te reconciliaste contigo hoje?, artigo para a Revista Progredir
Hoje partilho com vocês o artigo que escrevi para a Revista Progredir. O meu especial agradecimento ao director do projecto Pedro Sciaccaluga Fernandes, por esta oportunidade. Foi uma experiência nova e muito enriquecedora.
Já te reconciliaste contigo hoje?
Todos nós já passámos por momentos de desentendimento e consequente reconciliação com o outro. O ato de reconciliação implica coragem, pois obriga-nos a engolir o orgulho e a admitir as nossas falhas. Mas e quando o outro somos nós mesmos? Será que temos igual bravura para fazer as pazes com as nossas dores e seguir em frente, rumo a uma vida mais feliz?
Já te reconciliaste contigo hoje?
Todos nós já passámos por momentos de desentendimento e consequente reconciliação com o outro. O ato de reconciliação implica coragem, pois obriga-nos a engolir o orgulho e a admitir as nossas falhas. Mas e quando o outro somos nós mesmos? Será que temos igual bravura para fazer as pazes com as nossas dores e seguir em frente, rumo a uma vida mais feliz?
O termo
"Reconciliação" significa restabelecer boas relações com alguém com
quem se estava desentendido. Mais do que um termo que se esgota em si mesmo, a
reconciliação é um desafio, que implica uma capacidade de engolir o orgulho e
aceitar as próprias falhas para, assim, se conseguir perdoar e restabelecer os
laços.
"Fazer as pazes" consegue ser, por
vezes, difícil, mas todos somos ensinados, desde pequenos, a saber
perdoar e reconciliarmo-nos com os outros. Se tiraste o brinquedo, devolve e
pede desculpa. Se fizeste uma birra, reconhece o erro e emenda-te.
Mas e quando a
reconciliação tem de ser connosco mesmos? Este é, talvez, o maior desafio de
todos.
Não fomos propriamente ensinados a perdoarmo-nos com a mesma eficácia
com que perdoamos os outros. Crescemos a ver os nossos erros apenas como isso e
somos incentivados a exigir sempre mais de nós, rumo à perfeição. Quando
erramos tendemos a culpar-nos, quando sofremos uma desilusão fechamos o
coração, quando somos enganados tornamo-nos desconfiados, e por aí adiante.
Criamos capas que se vão sobrepondo ao nosso ser e essência e vamo-nos
esquecendo de quem somos. Mas não julgamos, aprendemos a não julgar, afinal a
vida é dura e injusta; a vida é mesmo assim.
E assim,
aprendemos menos a perdoarmo-nos e mais a seguir em frente. Tapamos os
“acidentes de percurso” com capas e tornamo-nos cada vez menos autênticos, mais
blindados às emoções mas aparentemente mais fortes. Até que um dia, cai
tudo por terra. Acordamos com a respiração ofegante e um aperto no peito, sem
entender bem porquê.
Porque sentimos aquele aperto no coração? Afinal, a vida
até corre bem, o quotidiano está controlado, não temos inimigos conhecidos e
somos intelectualmente desenvolvidos. Mas está ali qualquer coisa que nos magoa
e nos impede de sermos mesmo felizes.
Procuramos por
remendos exteriores que possam colmatar essa falta: televisão, álcool, tabaco,
compras por impulso, relações fugazes, vale tudo! Mas a solução tarda em
aparecer. E quando os remendos exteriores se esgotam em si, simplesmente
paramos, e é aí que a solução, como que por magia, aparece. E percebemos que
esteve sempre ali, em nós.
Simplesmente
parar é outro acto de coragem, porque nos coloca frente a frente connosco
mesmos. Deixamos de ter os remendos exteriores para nos esconder e percebemos
que aquela dor é nossa para connosco. Mesmo que essa dor seja proveniente de
situações fora de nós. Situações que, na maior parte das vezes, estão fora do
nosso controlo. É por isso que é inevitável que, em vários pontos da nossa
vida, erremos, sejamos enganados ou magoados. Mas o que essas situações fazem
de nós, já é uma escolha. É aí que podemos fazer a diferença.
Podemos deixar
que as situações nos definam ou podemos aprender o necessário com elas e seguir
em frente.
Não é fácil, mas aprender a perdoar e reconciliarmo-nos
connosco mesmos é a única solução para muitas das nossas dores. E enquanto não
o fizermos, elas vão acompanhar-nos e minar a nossa felicidade, por muitas
coisas boas que aconteçam à nossa volta.
Por isso hoje,
pára. É urgente a reconciliação. Perdoa e faz as pazes contigo.
Não deixes mais
que as dores do passado definam a pessoa que és.
Aprende o necessário com elas
e deixa o resto. Por uma vida mais feliz.
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Podes ler o artigo na edição 58 da revista Progredir
Imagem: Revista Progredir
Muito interessante!
ResponderEliminarParabéns, e continua :)
Beijinhos
Olá Catarina!
EliminarObrigada :)
Beijinhos
Excelente artigo querida! Parabéns!
ResponderEliminarConcordo tanto com o que aqui dizes!!
Beijinho enorme e bom fim de semana*
Catarina, muito obrigada pelas tuas palavras.
EliminarBeijinhos!
Parabéns pelo artigo! :-)
ResponderEliminarSe hoje nos reconciliarmos com o passado prevenimos o amanhã! ;-)
Beijinhos e obrigada por mais uma excelente partilha.
Não podia concordar mais AnaGui :) Obrigada por estares sempre presente, beijinhos!
EliminarParabéns pelo artigo! :) Faz tanto sentido aquilo que escreves. Durante a minha vida, tenho vindo a aprender a reconciliar-me comigo mesma e nem imaginava que tinha guardada tanta culpa em mim. A verdade é que às vezes acabamos a não perdoar, a não reflectir tanta, tanta, tanta coisa que, quando o queremos fazer, temos anos de "pedra" à nossa volta. Mas vamos sempre a tempo de o fazer. :)
ResponderEliminarOlá Joana, obrigada pela tua mensagem. Tal como tu, também eu ando a aprender a reconciliar-me comigo mesma. Não é fácil, sobretudo quando temos tanta tendência a exigir de nós a perfeição. Mas passo, a passo, com intenção, as coisas vão acontecendo :)
EliminarBeijinhos!
Parabéns Sofia :)
ResponderEliminarGostei muito do artigo, muito interessante :)
Acho importante, "sermos chamados à atenção" por esta situação, porque é uma realidade ;)
Beijinhos :)
Obrigada pelo feedback Sandra. Às vezes são coisas básicas mas que nos esquecemos!
EliminarBeijinhos!